PLACEBO

Olho no espelho

E não me reconheço

Os olhos vermelhos

Me mostram o avesso

Vejo muitas feridas

Mas não sinto dor

Vejo pedaços de vidas

Sem nenhuma cor

É como castelo de areia

Solto no vento

Onde o tempo serpenteia

Em todos momentos

As horas não passam

É onde o tempo me trancou

As feridas não se curam

Foi onde o tempo parou

É quando eu percebo

Que é a mesma história

É quando me encho de placebo

Para aliviar a memória

Diante do espelho

Vejo que não há recomeço

Enxugo os olhos vermelhos

Pra esquecer mais este tropeço

Luiz Noscente
Enviado por Luiz Noscente em 29/06/2010
Código do texto: T2348856
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