Seus Olhos

Seus olhos – se eu sei pintar

O que os meus olhos cegou –

Não tinham luz de brilhar,

Era chama de queimar;

E o fogo que a ateou

Vivaz, eterno, divino,

Como facho do Destino.

Divino, eterno! – e suave

Ao mesmo tempo: mas grave

E de tão fatal poder,

Que, um só momento que a vi,

Queimar toda alma senti...

Nem ficou mais de meu ser,

Senão a cinza em que ardi.

por Almeida Garret

Zorro Poeta
Enviado por Zorro Poeta em 29/06/2010
Reeditado em 29/06/2010
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