Herança Prescrita
Você menina
Mal posso esperar
Minha proeza repentina
Não pude acreditar
Conhecidos perguntaram
Que droga eu tomei...
Não falei exatamente
Em mim comigo pensei
Você menina
Significou o Universo,
Um elo perdido
Um eu sem nexo
Quando peguei a tua mão
E distanciei por aquele parque
Mal esperava o progresso
Me conhecia de antemão
Um fracassado de sucesso.
Você menina
Devia me falar
A parte escura do universo
Buraco negro
O sol que derrete uma pobre
Calota polar...
Em Você menina
Eu vou acreditar
No caminho mais apertado
Do Brio do prestígio
Só posso não parar
De não tentar enlouquecer
Quando num triste filme retórico e triste
Me passa a ti
Em outros mares navegar
Num triste assassinato de prazer.
Você menina
Eu deveria te falar
O que não poderia dizer
Te amar loucamente
Sem repartir,será
Que podes te satisfazer?
Você menina
Deveria saber
Sentimento não se compra
Se adoça
Se controla
Se sente
Dor que desatina sem doer
Contentamento descontente
Te amo sem saber,
Racionalizar,
O que vejo á minha frente.
Você menina
Devia concluir
Que te amo mesmo
Se meu pobre mundo cair
No mar da Intabilidade meu barco navega
Superar á maresia
Tempestade possessa
Por si me deu à chave
De uma guarda aberta.
Você menina
Sabe que o mundo é assim
Somos criados para ser uns
Num ciclo que quem sabe
Podemos dar fim.
Ilusão desse nobre verme
Mudar a sistemática
Desse arranjo ciclico
Que desagua num mar de dor.
Pura enganação
Criada por nós
Para conseguir auto afirmação
Você menina
Posso confirmar
Sua herança prescrita
Viva
Como um selo
Com outra
Se choca
Fazendo alinhar
Passado etílico
Talvez
Só tenho que aceitar o fato
Que continuo a te amar
Em cima disso
Sua imagem na minha tela,
Ainda guarda um nobre lugar.
Leandro B. Furtado