AMOR CARENTE

No meu lado direito, a vida enfrenta a morte,

no esquerdo, vencida, entregue à própria sorte,

Dr. Arnaldo, São Paulo, 22 horas, eu penso nela,

no céu a lua, santo e cavalo, esperança forte,

iluminando as ruas, corredores e passarelas.

Brilha lua cheia de pranto que não cessa,

por que seu brilho me surpreende assim?

Não pergunta, me invade, quer ver meu fim,

aqui, longe de tudo que me foi promessa,

imploro, oh! Lua!..Faz então ela voltar pra mim!...

Um soluço corta o silêncio na minha chegada,

meus passos arranja a melodia em minha porta,

meu olhar não tem a coragem do abandono,

e eu, seu homem, louco, querendo ser seu dono,

porque lua, sem ela a vida já não me importa!...

Pensamentos descobertos pela cheia da lua cheia,

em mim, como sangue, jorra o desejo, serpenteia,

minhas lembranças são as mesmas lembranças dela,

nas asas de um avião um olhar perdido na janela,

vai ficando para trás, nas noites de lua cheia!...

E o brilho enfim, prata que até hoje me seduz,

de tanto em mim brilhar forte, resplandecente

faz carente esse amor que o mundo conheceu

queimar no peito a paixão que ainda não morreu

toda vez que daqui eu vejo lá no céu a sua luz.

Joel A Silva
Enviado por Joel A Silva em 28/06/2010
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