No Relento
Nossas palavras enfim mergulharam
No silêncio de um beijo intenso
Como nossas vidas que decidiram cruzar-se
Em uma noite fria no relento...
Teus lábios sorridentes e macios
Meus olhos mergulhados nos teus como rios
Tua respiração é um vendaval na madrugada
Os novos ventos que me varrem a alma
E tua apressada calma
Em colar seu rosto ao meu
Em faltas doces de palavras
Desejo apenas ser teu
As estrelas ao longe também caladas
Acompanham tuas mãos geladas
Passeando por meus ombros e parando em meus cabelos
Fazendo-nos enfim atender-nos os apelos
Não há motivo pra indecisão
Não estamos no Leblon
Mas o paraíso vem de dentro
Na cama, no jardim ou no relento
Pouco mais de um metro e meio de céu
Escrito pelas crianças com giz
Colocado em meu mundo ao léu
Pra que enfim eu me visse feliz
És mais que um beijo ao luar
Tens uma importância única
E o livro da minha vida vai terminar
Com tua felicíssima rubrica...