Lago
Lago
Me debruço no lago aonde se reflete o meu olhar
que olhar é o meu , senão o seu .
Minha alma concede dor
e a sua concede as lágrimas
minhas lágrimas e sua dor
são agora tão próximas
que aos olhos turvos são similares .
Qual é o mistério dessas ruas que tanto nos apresenta ?
Deve ser o seu caminhar que me clama ...
tão baixo que eles não ouvem
tão intenso que eles são tolos por não nos olhar .
Aonde vai ela ?
Aonde vou eu ?
Nós dois fugimos da inércia de não nos ver ...
pelos cantos de lugar comum
por estradas já pisadas
procurando um pelo outro
satisfeitos em se olhar .
Talvez tudo que nós temos é a magia dos nossos olhos
e mistério dos nossos passos à toa