Lago

Lago

Me debruço no lago aonde se reflete o meu olhar

que olhar é o meu , senão o seu .

Minha alma concede dor

e a sua concede as lágrimas

minhas lágrimas e sua dor

são agora tão próximas

que aos olhos turvos são similares .

Qual é o mistério dessas ruas que tanto nos apresenta ?

Deve ser o seu caminhar que me clama ...

tão baixo que eles não ouvem

tão intenso que eles são tolos por não nos olhar .

Aonde vai ela ?

Aonde vou eu ?

Nós dois fugimos da inércia de não nos ver ...

pelos cantos de lugar comum

por estradas já pisadas

procurando um pelo outro

satisfeitos em se olhar .

Talvez tudo que nós temos é a magia dos nossos olhos

e mistério dos nossos passos à toa

Dominic Daniel
Enviado por Dominic Daniel em 25/06/2010
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