O Senhor do Tempo
 
 


Vejo as plantas,
Suaves e delicadas.
O tempo é algo que,
Quando belo fascina,
Pois passa ao nosso redor
Sem que o percebamos.

Levando a juventude,
Deixando-a distante,
Apenas nos pensamentos
Deste jovem idoso,
Que aprende com o tempo,
Que a vida é um sinal,
Tão semelhante e contínuo,
Quanto estas plantas que vejo.

Olho-me no espelho,
Vejo que estou a ficar
Um dia mais velho,
Um dia mais experiente,
Com um dia a mais de história.
 
Que contam glórias e fracassos,
Alegrias e tristezas,
Típicas de um cidadão,
Dos tempos em que,
Sentia-se o senhor do tempo.

E nada mais é do que,
Um simples ser,
Sereno e descuidado,
Que aprendeu a viver,
Uma vida aos sussurros do vento,
E do amor que tem pela vida.
 
Desejo a vida ardentemente,
Apesar da idade vir a me castigar,
Ainda tenho a mente sã,
A saber que a velhice é um aprendizado,
Que só os jovens velhos,
Serenos e dedicados,
São os que a conseguem atravessar.

Meu destino trouxe-me à alegria,
De saber que,
Só neste instante tardio,
É que encontrei a minha verdadeira,
Tão verdadeira juventude,
Já que não estou cego pelo prazer,
E estou vivo para sempre sentir.
  
Que enquanto a minha história
For o meu presente,
Estarei a observar a felicidade,
Que atravessa sussurrando,
Estas lindas plantas,
Suaves pelo seu destino,
E delicadas como um jovem velho.

#mauroverissimo

 
Mauro Veríssimo
Enviado por Mauro Veríssimo em 24/06/2010
Reeditado em 21/10/2020
Código do texto: T2339295
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