Ao Ouvir a Sua Voz

Ao ouvir águas límpidas beirando meu eu

Encontro-me de maneira inquieta e tímida.

Apenas esperando por amor, um só amor.

Esperando sentir um abraço que não seja o meu.

Esperando acabar com o abismo entre o amor e eu.

Não entendi a clareza questionadora de mim mesmo

Apenas vi a beleza pela qual busquei amores.

A beleza provida das flores, as quais do solo,

Provém um jardim repleto de vida.

Que em cuidado, e delicadeza, afastou-me de dores.

Sim, sinto-me aliviado, cuidado e recém nascido.

Vindo ao mundo novamente, com a vida em minhas mãos,

meu respirar não é mais físico, definitivamente.

Fui criado do amor, nascido em esplendor.

E assim, amando quem primeiro me amou

Busco a verdade de quem realmente sou.

Onde estou, não importa mais, importa apenas

O renascer de uma pessoa torta, torta pelo mundo,

Torta pelo imundo.

À beira de todo o mundo, eu sussurro.

E digo perante os olhos de quem o fez imundo.

Como ele foi criado, amado,

Projetado pelo amor mais profundo.

Passado a dor, sentido o amor, algo perdeu-se da cor.

E como um céu de azul derramado, no cinza enxerguei o pecado.

Criado do eterno enamorado da humanidade, caminhando ao meu lado,

Logo me cansei do imundo criado do mundo, e chorando,

Entendi o passado, entreguei-me ao presente, e pra sempre

Quero o abraço eterno, de quem amou-me como um Pai Eterno.

Amém.