ENTREGAS

Não pode ser vilipendiado,

quebradiço como impurezas,

alagado num pântano sujo,

onde existem perversidades,

banais batalhas corporais,

que se encerram num relance.

Tem que ser divina contenda,

preparada para ter intensa luz,

num refluir de ebulições serenas,

que vão aos poucos avolumando,

e depois os corações só pulsam,

demonstrando totais entregas.

Não podem existir só falsidades,

esconder desejos tão ultrajados,

pois para o amor ter as plenitudes,

cultivar sempre as serenidades,

e entregas que vão se avolumando,

de corpos se tocando em delírios.

Para existir amor que se completa,

não se podem cultivar brutalidades,

pois se forem só entregas banais,

um dia cessam e se diluem no tempo,

como folhas de outono amareladas,

que completam ciclos e depois morrem.

A entrega de corpos se amando,

jamais deve ter suas transgressões,

e deve ser cultivada como as flores,

que o jardineiro prepara o canteiro,

e depois brotam todas perfumadas,

pois o amor foi um dos ingredientes.

19-06-2010