Amor

Sinto quando às vezes paro,

À vontade, o desejo,

A poesia viaja,

Extinta, a voz se cala,

A pena pende

O dó prende,

São rabiscos de vida,

Sopro que se esvai

Quando tudo se vai,

Pelo fim que vem.

Já me calo, fica o silêncio,

No ruído da terra que treme,

No grito humano que desaparece.

Fica a pauta calada

No segredo, nos mistérios que escondi.

Fica sufocado o lampejo,

A luz que tentou brilhar

A noite que se fez na manhã esperada.

Fico como tudo que fica... Para,

Sem saber se há coisas perpétuas

Sem saber que a morte fala,

Chama, chega leve

Fica grafado no papel

Nesta silenciosa e muda estrada,

Princípio do mundo,

Nos fins dos poemas.