Teu vinho
Debruço-me em teu corpo de alabastro
E tu és como estrela, simétrica geografia
Cativo ao perder-me em ti, laços, filosofia
Conheço meu céu, nele tu és o maior astro
Hoje comemoro noites sedentas em ti
O vinho que sorvi da tua boca, tão minha
E um choro se debruça em meus olhos
Quando vejo taças vazias de nós, sós, aqui
Procuro-te em meus sonhos secretos
Revivo-o no perfume teu vinho, o bouquet
Espumas misturadas doce néctar de amor
Frenéticos sabores nos levando a abismos
Tuas mãos, perdidas a eternidade do céu
Sombras formando telas abstratas
Lábios fatigados de ais, êxtases eternos
Momentos que deslizavas meu véu
Doce e amargo, lembrar este céu
Onde me embriago de sonhos, tão nua
Sozinha aos caminhos obscuros, invisível lua
Os sorrisos que morrem são réus
16/06/10
São Paulo – SP
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