Ti

Astro a horizonte fincado esmorecido.

Luar morto, falecido.

Pois não lhe trago,

Incontido sem teu afago.

Pálidos são os dias sem cor de teus olhos,

A vida dilacera em meu peito.

Teu sereno corpo em noites aceito,

Molda delinear voluptuosos

Em fulgor da lenha que arde.

Inglórias noites frigidas,

Qual teu corpo nega-se me aquece das brisas.

Essas passadiças cravam feridas,

Ávido teu fervor

Massacra minha alma sem rumor.

Entrelaçado a vós

Durmo ti sem ter-la em nós.

Acordo morto pela realidade que esta por ti.

Vassalo, escravo de ti

Clamo que não cesse a odiar-me,

Pois farei teu escárnio amar-me.

Tenho ti

Em mim, mas decapitado por não ter-me.