Você, você
Mato a saudade do teu corpo te bebendo em pequenas porções. Eu sempre quis um amor, você veio e quase que eu não vi. Estava muito ocupada esperando. Só depois que te perdi me dei conta do que tinha. Só depois que você se foi, vi que o amor havia chegado e eu não tinha deixado a porta entreaberta. Barrei você. Com correntes e cadeados, com meu coração fechado à tua presença. Estava concentrada em te esperar, tanto, tanto que não te vi. Hoje sei que você tentou. Tentou mostrar que o amor chegara, que não era apenas um sonho, um projeto, um desejo. Agora, tenho que matar a saudade de ti muito devagar. Porque não és mais meu. Te devolvi à vida e não queres mais voltar. Bebo da tua presença e me alimento para o resto dos dias sem ti. Em pequenos goles, alivio a minha carência.