Rubis...
Do que já disseram de ti,
do que já pensaram de mim,
não há nada tão afim
como ouro puro e rubi;
como os rubis da romã
ou uma romã com rubis...
Eu fui o primeiro dos vis
e colhi a flor da maçã
porque a maçã era minha.
E fiz, das paródias inúteis;
eu fiz, de coisas tolas e fúteis,
de uma palavra escarninha;
a poesia vivente das noites
que a chuva desfez em bagas
lavando todas as chagas
que me ficaram de teus açoites.
A noite morreu de manhã
e, sem meias verdades sutis,
agora, tu és a romã sem rubis;
mas eu, inda sou o rubi da romã !