Rubis...

Do que já disseram de ti,

do que já pensaram de mim,

não há nada tão afim

como ouro puro e rubi;

como os rubis da romã

ou uma romã com rubis...

Eu fui o primeiro dos vis

e colhi a flor da maçã

porque a maçã era minha.

E fiz, das paródias inúteis;

eu fiz, de coisas tolas e fúteis,

de uma palavra escarninha;

a poesia vivente das noites

que a chuva desfez em bagas

lavando todas as chagas

que me ficaram de teus açoites.

A noite morreu de manhã

e, sem meias verdades sutis,

agora, tu és a romã sem rubis;

mas eu, inda sou o rubi da romã !

Joscarlo
Enviado por Joscarlo em 13/06/2010
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