Cereja de Baunilha

Não é do meu feitio ser modesta

Salto com tudo

Num mergulho alucinante

De encontro a tua luz

Milimétricamente testado

Não recuo e prossigo ao teu encalço

Escorrendo pelo teu corpo nu

O jato de cargas elétricas, veias chamuscadas

Já não posso voltar

Me entorpeço na tua mente alucinógena

Nos raios que saem dos teus olhos trovão arriscado

Relâmpagos que me atraem magneticamente

Me fita

De relance

Me frita

No asfalto quente

Borbulho

Murmuro teu nome

Te crio

Te imito

Vejo tua curiosidade pairando

Tua tempestade chegando

Veio como aviso

Do temporal vulcão a se formar do lado meu fervendo

Um choque de massas a mudar a previsão do tempo para a noite amena

Num gostinho de quero mais

A madrugada a invejar

Declarando abstinência

Sozinhos

Explodindo no sabor baunilha dos lábios a desejar cereja.

*

Gisele Galindo
Enviado por Gisele Galindo em 13/06/2010
Código do texto: T2316695
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