NOSSO FADO!
Contigo não me enfado
Nem canso ou infarto
A felicidade é o meu estado
Mandei às favas a modéstia
De rótulo desgastado
Não sou letra desperdiçada
Carta perdida do oriente
De alguém que não se orienta
Que escreve meio demente
Sem apor o remetente
Nem ilusório destinatário
Em folha branca e vazia
Ou qualquer expressão do dicionário
Burocrático procedimento ordinário
Sem selo de conteúdo indecifrável
Missiva fria e apenas lacrada...
O que me alegra e fascina
É o carimbo dos teus lábios...
Boca a boca nossas acopladas
Um amor que nunca irá afundar
Porque tem lastro firme a flutuar
Apesar de navegar em frágil garrafa
Com a garra dos Lusíadas
Encontro em ti a minha amada
Mesmo sem astrolábio
Estou no teu corpo imaginário
Que me orienta e estou afim
Por saber do teu querer
E a terei sempre por bússola
De dia o farol do sol
De noite luzidia Lua...
És perfeita vestida ou nua
E me arrepias ao dizer
Sim… Sou Tua!
E a tua dor
Emerge a flor da minha pele
Pena imersa e crua.
Hildebrando Menezes