Sentado à sombra da jabuticabeira
Vejo a vida, com graça, passar
Sentado à sombra da jabuticabeira
E contemplo suas pequeninas,
Mas bem verdinhas, folhas
Presas aos seus galhos.
Com seus troncos e galhos
Pontilhados de negros frutos,
Ela faz movimentos harmônicos,
De um lado para o outro,
Ao comando da suave brisa.
Sentado à sombra da jabuticabeira
Vejo o sol reinando, com o seu brilho,
Em todo espaço celestial,
Invadindo a atmosfera com o seu calor.
Mas a brisa corre tépida e sutil.
E eu embriago-me com essa beleza natural.
Uma dádiva divina mesmo,
Que Deus nos ofertou,
Com sua grande sabedoria,
Exigindo, de nós, apenas o afeto.
Vejo a vida, com graça, passar
Sentado à sombra da jabuticabeira.
Vejo pessoas na rua caminhando
Vivendo mais um dia de sonhos,
Procurando a felicidade desejada.
Procurando o verdadeiro amor
Entre os seres humanos.
Procurando um prazer,
Um sentido, uma razão
Que nem sempre encontrarão.
Sentado à sombra da jabuticabeira
Observo o céu azul esmorecendo.
Vejo o dia aos poucos entardecendo.
E o sol friamente se escondendo
Por detrás da serra distante.
Olho para o Poente vermelhaço
E procuro as lembranças de ontem.
Assim revivo meus sonhos.
Assim revivo minha vida
Sentado à sombra da jabuticabeira.