Dádiva acolhida
Decerto estava longe
Contudo sentia-te ao meu lado,
Galgando o suspiro molhado.
Em minha face tal confronte.
Em teu corpo libidinoso,
Latejante e despido.
Querendo, pois, ser possuído,
Com ardor malicioso.
Sua mão, quase sinto
Em meu peito nu, tocar,
Entrego-me ao arquejo
E a rapidez do respirar.
Cobiço sentir-te nua,
Como pétalas de flor,
Desfrutar tal formosura,
Deste corpo o sabor
Ao se abrir tão linda rosa
No teu ventre, Esmaecida,
Onde o bel-prazer se mostra
Minha dádiva, acolhida.
Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 2010.