VOU CAMINHANDO
Ainda pequeno percorri caminhos,
com ousadias de moleque arteiro,
sem se incomodar com os perigos,
que espreitavam meu corpo franzino,
moldado que foi para as superações.
Caminhei por colinas verdejantes,
onde as flores emanavam perfumes,
que aspirava com todas sensações,
gostosas, inebriantes, só delírios,
para depois repousar meu cansaço.
Fui moldando meu corpo atrevido,
já mais forte para ter ousadias,
como nadar em todas corredeiras,
de rios cristalinos e águas puras,
e depois deslizar em cachoeiras.
Jovem busquei as razões do coração,
que ansiavam em conhecer um amor,
e depois de todas as relutâncias,
num encontro fortuito o encontrei,
um encanto que então me enfeitiçou.
Esguia, serena, parecendo levitar,
sua graça demonstrava no sorriso,
sempre meigo parecendo uma flor,
que desabrochou para me sorrir,
e eu só caminhava em sua direção.
Até que fortalecemos as emoções,
cumplicidades que jamais esquecerei,
pois foram tantas as virtuosidades,
que só corações apaixonados buscam,
e nós encontramos em abundâncias.
Segredos que a lua nos compreendia,
pois foi parceira de nossas cumplicidades,
e nas noites enluaradas muito namoramos,
tendo como palco cenários de encantar,
nas estrelas que pareciam querer brincar.
Um caminhar assim em passarelas macias,
das folhas de outono que caem dos galhos,
não poderia jamais um dia ter que cessar,
mas nossa existência que não dominamos,
se encarregou de deixar sómente saudades.
10-06-2010