Cinzelado
Ao tentar me libertar
e dizer adeus, sinto as
fibras do meu corpo
retesarem presas no
tecido de minha pele
como um bordado em
relevo de suave
cinzelado....
Meu amor oculto geme
sufocado sem saída,
imundado em águas
salgadas que descem
em cachoeira dos olhos
sombrios da distância...
Nessa solidão me encontro
explodindo em sonhos
dantescos, onde corpos
entrelaçados dormem
nos braços da noite
escondidos entre teias
de mentiras...
Procuro na escuridão
seu vulto que escorre
entre os vãos do tempo
Levando meus versos,
Apagando meus sonhos....
Marcia Portella
09/01/10