CARTAS
CARTAS
Guardadas ainda estão
as cartas que a mim
enviastes.
Temo as abrir,
não gosto de surprêsas,
sabes bem que te quero
por isso assim fazes
de mim tua presa.
Tento queimá-las
não consigo, algo me
prende, me amarra.
Até nisso mandas.
Talvez o inconsciente
trabalhe ao contrário,
será que eu quero tê-las
prá te sentir presente?
Não confirmo e
não desminto.
Sei que quando as pego,
sinto o peito sufocado,
tenho a impressão que
me espias, e deitas
ali, ao meu lado.
(RAJ)