COLIBRI

Exalta-me o calor das açucenas

E como um colibri eis que adeja

Em asas tão servis e tão pequenas

Que o colo teu distante o fraqueja...

Eu sou um colibri que se assusta

Com o brilho dos seus olhos que enseja

Inebriar com seu perfume e custa

Afirmar que meu amor a si deseja!

Uníssono o vento taciturno e sibiloso

Revela-se audaz ao seu cabelo regelar,

Assanha suas madeixas e me faz ditoso

O silfo vem e ganha, boto as asas a ruflar.

Eu sou um colibri que desespera

Suas penas graciosas de candura,

Quando se vai a luz do sol que impera

E muito mais quando seu pôr não dura!

Proteja-me do vendaval, ó ninfa!

Abraça-me no teu conforto,

Me afaga! Mata minha sede na linfa,

Pois sem seu amor sou já eu morto!

Eu sou um colibri que te espera...

Para sorver de ungido meu beijar!

Um rumo no seu coração, quem dera!

Eu sou um colibri quero voar!...

Lamphard
Enviado por Lamphard em 08/06/2010
Código do texto: T2308195
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