De peito aberto
Que fosse hoje frente a frente,
Olhos nos olhos da antes amada
Vê-la totalmente esquecida.
E aquela saudade que corrompia
Afogando meus olhos em lagos,
Não transportasse agora os afagos
Tão pouco amargar a boca que sorria,
Quando o desejo era de cerrar os lábios.
Que fosse agora frente a frente
Sem toques de clarim
Nem ocasos tristes,
Pois hoje já não existes,
Quisera este encontro
Revelar o que não posso
Omitindo os vapores esquivos,
Que encobrem minha sombra,
Fazendo que eu conheça
Descubra novos encontros.
Fazendo que eu sinta, desconheça,
Tropece na razão.
Não posso, não, ainda é cedo
O tempo escoa, a vida foge,
Viva permanece a candura,
A fúria do amor que antes era,
Que a pouco foi a doce quimera,
O pote cristalino, singelo e frágil,
Na fragilidade da pureza,
Mas, forte na fortaleza densa do peito.
Frente a frente fica para os sonhos
Nos encontros vagos que invento
Mas, sempre dizendo que te amo
Simplesmente sentindo o que digo.