= Amor na manha raiada =
Acordei-me aos primeiros raios do sol
Fui à janela
Vi as flores salpicadas de orvalho
Senti o perfume da manhã que era raiada
Ouvi o cantar dos pássaros
O cheiro do café invadia a janela.
Ergui meus olhos, agradecendo a Deus pela graça recebida.
Tornei-me parte integrante daquele lindo dia.
Lembrei-me de ti
Que em alguma parte tu estavas.
Sussurrei com carinho o teu nome
Um pássaro, que também estava só
Adivinhando o meu pensar
Em seu galho
Entoou o seu cantar.
Naquele canto, havia um chamado de amor.
Pensei em você...
Quem sabe distante
Quem sabe por perto
Quem sabe a caminho
Quem sabe jamais a veja!
Meu coração inconstante
Entristecia-se e alegrava.
Chorava e sorria.
Apenas uma certeza, o amor existia.
De repente o pássaro se enlouqueceu
Feliz abria as asas
Dançou elegantemente por sobe o fino galho
Arrepiou as penas...
Era chegada da sua amada fêmea.
Voaram, voaram, voaram...
Ate se perderem no infinito do amor nascente
E eu, com ele em minha mente...
Cantei alto...
Cantei forte...
Cantei livre...
Cantei ate o desalento.
Quem sabe numa destas manhas raiadas
Meu canto será ouvido
E a minha hora também será chegada
Dançarei, arrepiarei, tal e qual o pássaro apaixonado.
Daremos as mãos
Em rumaremos para o infinito.
Tonho Tavares