Minha milha
Janeiro, toda vez que o vejo,
Lembro-me da milha,
Que sempre é acrescentada à minha vida.
E feliz é quem ainda pode,
Com os próprios pés andar.
Tem gente que não consegue,
Nem em pé ficar.
Uns desistem de caminhar
Por terem medo de não
Conseguir chegar.
Mas todo janeiro eu vejo
As conseqüências da ventania,
Árvores derrubadas,
Cidade inundada,
Lembro-me da milha
Que na minha vida é acrescentada.
Sei que não posso desistir,
Tenho um sonho,
Um caminho a seguir.
Na milha verde,
Na milha madura,
Na milha escura que sofre os preconceitos
Onde o predicado vira sujeito,
E até quem não se candidatou já é eleito.
Debora Moreno