AMOR QUE TERIA SIDO

E o tempo retrincava em atro assanho...

Sibilava no suingue dum blues

Um refrão de tonar tamanho,

Na solidão que eu mesmo me pus

Tua mão inda digitava a porta

Batom da boca ao dedo, ao batente

Carmesim que tua mancha me recorda...

Depois de ti não mais passou gente

A cadeira que embalou teu costado

Sobrevive pertinazmente retorta

Do mesmo jeito que terias gostado

Pena que isto não mais te importa...

O ar revolvido evola-se descontente

Perfumado dum amor que teria sido

Tivesse sublimado esse amor diferente

Certo! Ainda estou um tanto perdido...

Na solidão que eu mesmo me pus,

Um refrão de tonar tamanho

Sibila no suingue deste blues

E o tempo retrinca em atro assanho...