RECORDO-ME DE TI, AINDA...
Recordo-me de ti, ainda...
E quando assim o faço
Mui pouca coisa importa
Os pés da tarde traçam tuas formas
A cada vergão doirado que se debate
Em minha saudosa janela...
Das centelhas divago por tua cabeleira
Empertigada de retos fios afogueados;
Os vidros lampejam contornos de teus mamilos
Dos quais faíscam os leves bicos rosados
Cintila nas minhas íris teu clareado sorriso...
Resgato em pouquíssimos segundos
Os relâmpagos de nossa história fiteira
A lembrar-me obscurecido, infecundo
O tanto de tua luz que me era preciso
Para pôr-me ao claro pela vida inteira...