Às Gregas Gabrielenses ( Milonga a todas Mulheres do Mundo)
Cabelos negros, tisnados,
Da cor do final do céu
Rosto fino como um véu
Os olhos aquilinados
O nariz bem perfilado
E lábios gosto de mel...
É a Gaúcha Pampiana
Que entre as flores, soberana
E sem parecer que é humana
Brota em São Gabriel...
Ela não caminha...Dança...
Como é próprio de sua espécie.
Quem a vê jamais esquece
O brilho daquela trança
Que pra lá e pra cá balança
E quando o vendaval a beija
E sente o gosto da cereja
Se acalma...E transforma em brisa
Pra não passar da divisa
E quedar onde ela esteja...
Os passarinhos do mato,
Quando ela sai para os campos
Acordam até os pirilampos
Pra sairem no retrato
Que o sol, com todo o seu tato
Cuida para não queimar
E possa a gente guardar
Lá no mais fundo da Alma
Pra poder lembrar com calma
Quando a saudade chegar...
Essas Prendas Gabrielenses
Não são apenas Mulheres
São frutas, que dispensam os talheres
E só a quem amam "pertencem"
São as Gregas Riograndenses
Da Atenas do Batovi
Que param o Vacacaí
Quando os corpos são banhados
E nada há de pecado
No sonhar de algum guri...
Elas são deusas e bruxas
E alguém já morreu por elas
À lança ou parabelas
Por espada ou por garrucha
Defendendo esta Gaúcha
Meia flor e Mulher meia
Outra espécie de sereia
Mescla de planta e de gente
Que quando canta o Homem sente
Que caiu na sua teia
Que é feita com lã cardada
Das nuvens do firmamento
E a prisão, sem julgamento
Sem haver crime ou pecado
É um benefício que é dado
E nem libelo é escrito
Pois, como? Tornar proscrito
Aquele que apenas quer
Amar a essa que é a Mulher
Mais linda do infinito...
(Esta é, através das Mulheres de uma das minhas Terras, a minha homenagem a todas as Mulheres das nossas terras do mundo.)Á
* Perdão, mas Parabela era como se chamavam as pistolas automáticas.