Poema 0801 - Procura do amor

Pensava ser ponte sobre um rio chamado vida,

água que escorre seu leito de pedras frias de amor,

voltei meus olhos de nuvens aos céus que me expulsaram

e gritei meu nome já esquecido dos amores.

Voltei depois de tantas mortes rudes,

anos caminhei invisível por aquela mulher que amo,

nenhum sinal por ruas, estradas e vias,

apenas o sonho que um dia ela desenhou no meu peito.

Pensava eu ser um planeta que invadiu o reino,

com a luz que tem seu próprio calor,

deixando meu passado torturado pela saudade,

parei minha vida no meio do mundo e morri.

Nasci quase no meio de outro século qualquer,

caminhei antes de falar, chorei depois,

a solidão andava junto com minhas saudades,

procurei por ela, procurei depois e parei de nascer.

Um dia antes da lua nova recebi um aviso,

estava escrito nas folhas das flores do jardim secreto;

caminha rumo ao sol da montanha, e fui,

ao menos tinha uma trilha para seguir e um amor pra dar.

Metade do dia depois de nascer o sol, encontrei-a,

pelas ruas de pedras frias que calçaram o fundo daquele rio,

seus braços desgrudaram do corpo solto no vento,

meus pés ficaram no chão, como a paixão na carne.

Não voltei meus olhos, deixei que penetrasse alma adentro,

e a reconheci, não precisamos de palavras,

seus gestos eram idênticos aos meus, as bocas,

os corpos vieram junto com o beijo do reencontro.

31/08/2006

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 31/08/2006
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