Bem vinda a Shangri-lá

Bem-vinda a Shangri-lah

A manhã te surpreendeu estática - uma flor ainda presa entredentes.

Uma mariposa agasalhou-se, sacrílega, no altar de teus seios túmidos.

Suspiros apátridas a escapar das fronteiras ansiosas de teus lábios úmidos,

Gotas de diamantes liquefeitos a escorrer, ociosas, pelo espaço lúdico de teu ventre.

Prospecto pérolas sob o irisar de tua pele; revelas-me teu beijar escaldante, beijos de sabor sem igual.

“- Tu me deixas sem ar.” Dizes-me, entrelaçada em meus braços, completamente fora de órbita.

Enquanto fito teus olhos, me perco a navegar nas estrelas, origem e destino desta tua beleza clássica, exótica.

“- Bem vinda a Shangri-lá!” nos teus ouvidos murmuro, a resgatar-te, malgrado a tua vontade, ao convívio do mundo real.

Acordar de manhã, abraçados a quem amamos, numa dessas aconchegantes manhãs de Inferno, faz-nos até esquecer que lá fora todo um mundo de atividades (nem tão prazerosas quanto o ficar preguiçosamente na cama...) nos espera. É quando recorremos à necessária viagem aos jardins de Shangri-lá - lá, aos amantes, é sempre permitido amar.

Manhã de uma preguiçosa Quarta-Feira, início de Junho de 2010

João Bosco

Aprendiz de Poeta
Enviado por Aprendiz de Poeta em 02/06/2010
Reeditado em 17/08/2010
Código do texto: T2295453
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