Para Elizabeth
Na sala o telefone tocou. Receoso Ele atendeu.
Do outro lado Ela disse: “Está tudo acabado”.
Nunca mais ouviria sua voz!
Quando duas almas se afastam as lágrimas são inevitáveis. Cada um escolhe seu caminho e seguem os passos da liberdade. Nada mais parece bonito como antes. Os dias são tão melancólicos, que o sol traz uma vontade imensa de não sair mais de casa.
Por dias ouviu sua voz ainda
Como se pudesse vê-la
Percorria a mão no vácuo
A procura de um ser especial
Que ali estivera
As lembranças são como gotas de chuvas. Suaves tocam-lhe o rosto e refrescam a mente. Deslizam sobre a pele seca umedecendo os poros. Provocam arrepio. São verdadeiras. Por outro lado, uma enxurrada delas, cria um oceano, tão imenso quanto profundo. E é esse lugar distante que isola do contato social aquele que nele permanece.
O retrato guardado com carinho
Sobre a cabeceira da cama
As poesias rabiscadas no caderno
Todas com a promessa de amor sublime
Quão tolos foram todos
Pois nada disso existe
Amar é o verbo mais bonito que existe. Torna as pessoas mais justas e íntegras. Amar constitui-se de sentido, palavra e coração. É história. Por outro lado; ilusão. No caminho de cada pessoa deve haver um nexo que lhe permita orientar-se de forma a propiciar ao outro um sorriso. Quem nega isso, nega a si mesmo.
A lua repousa no espaço
Encanta sua beleza estupenda
Nas folhas das árvores o orvalho
Ajuda na criação da natureza
Todo romantismo é puro quando
O olhar não desvia da verdade
Na consciência do ser abalado, uma espécie de trauma se cria, configurando um problema sério na vida da sua companhia. Inevitável amor. Incompreendido talvez! Quem sabe por onde andou? Os espaços que viajou para aqui chegar. As guerras que superou para vivo estar.
Sorria Elizabeth
Em pensamento ele pediu
Que teu sono eu possa velar
Agora que para o umbral
Eu devo voltar
Elizabeth sorriu. Em seu sono profundo
Um suspiro se ouviu
Trazendo paz ao mundo.