À espera
porque de ti não tenho, amada,
olhos e zelo pelo sentimento meu;
porque de ti não tenho, mulher,
a dádiva da tua presença por companhia;
porque de ti não tenho, amiga,
a mão segura e a palavra que conforta;
porque de ti não tenho, pessoa,
fraterna solidariedade;
não esperando que entendas,
nem que atendas,
mas quem sabe por compaixão,
vontade ou razão, compreendas,
te peço:
qualquer dia,
quando e se de alguma forma,
qualquer forma,
algo de mim quiseres,
qualquer coisa,
procura-me!
Até lá, calo...
e sinto.