Na ubiquidade dos sentidos

Quero-te

Para sempre

Mas ao mesmo tempo

Tenho dúvidas

Se posso ou não ficar contigo

Sou transparente de uma forma dicotómica…

Na ubiquidade dos sentidos

E o sol bate na janela

E eu não sei sequer se é de noite

Se é de dia

Não sei de mim

Não sei de ti

Não sei se quero ficar fechado

Ou se sair para uma outra vida

Que não se esconde por detrás dela

Não sei se hei-de ficar

Não sei se hei-de partir

Não sei se te amo até ao limite

Porque mesmo ausente

Estás sempre presente

E eu não sei sem ti para onde ir

Porque estás sempre nos meus mundos mais íntimos

Os mundos das palavras

Cada linha me faz lembrar o teu sorriso

Cada página quem és

Cada capítulo a impossibilidade de juntos estarmos

De nos tocarmos

Mas nem por isso

Perco a minha fé

Pela razão de ti bem conhecida

De seres ao mesmo tempo o unguento

Em simultâneo a ferida

Mas sobretudo seres algo de imensamente belo

Que à portentosa eternidade convida

Em palavras

Sempre as palavras

Que mesmo calada

Duma forma subliminar

Me dizes aos ternamente aos ouvidos

Fazendo todo o sentido

A frase feita

Na ubiquidade dos sentidos…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 01/06/2010
Código do texto: T2292566
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