Na ubiquidade dos sentidos
Quero-te
Para sempre
Mas ao mesmo tempo
Tenho dúvidas
Se posso ou não ficar contigo
Sou transparente de uma forma dicotómica…
Na ubiquidade dos sentidos
E o sol bate na janela
E eu não sei sequer se é de noite
Se é de dia
Não sei de mim
Não sei de ti
Não sei se quero ficar fechado
Ou se sair para uma outra vida
Que não se esconde por detrás dela
Não sei se hei-de ficar
Não sei se hei-de partir
Não sei se te amo até ao limite
Porque mesmo ausente
Estás sempre presente
E eu não sei sem ti para onde ir
Porque estás sempre nos meus mundos mais íntimos
Os mundos das palavras
Cada linha me faz lembrar o teu sorriso
Cada página quem és
Cada capítulo a impossibilidade de juntos estarmos
De nos tocarmos
Mas nem por isso
Perco a minha fé
Pela razão de ti bem conhecida
De seres ao mesmo tempo o unguento
Em simultâneo a ferida
Mas sobretudo seres algo de imensamente belo
Que à portentosa eternidade convida
Em palavras
Sempre as palavras
Que mesmo calada
Duma forma subliminar
Me dizes aos ternamente aos ouvidos
Fazendo todo o sentido
A frase feita
Na ubiquidade dos sentidos…