Isenção

Se, ao menos, eu pudesse ver você agora,

Em meio a essa tormenta que se demora...

Ah! Como me aliviaria!

Com que rapidez me recomporia!

Ver você é isenção.

É a vida me pedindo perdão...

Seria tão mais fácil respirar,

Se, sua imagem eu pudesse fitar,

Ainda que brevemente,

Ainda que no meio de toda a gente.

Já não me importa mais,

Esconder-me atrás dos castiçais.

De minha parte, pago pra ver

Pra deixar acontecer,

Pra ver o nosso sol nascer

E, finalmente nos aquecer.

Fartei-me do frio,

Do qual, aliás, nunca fui amigo.

Quero o calor da sua sentença.

Sua presença

Intensa!

Em mim, imensa.

União dos pólos.

Sua cabeça em meu colo!

Já adiamos por demais o nosso ninho.

Floresce exuberante nosso caminho.

Vou lhe apresentar um novo sentido

Para a palavra carinho.

Talvez, também para os vocábulos: luminosidade

E cumplicidade.

Quero que você experimente uma felicidade,

Calcada, antes de tudo, em afetividade.

A base mais apropriada,

Para se dividir uma caminhada.

Não, não quero que você se anule,

Ou se sobrepuje.

Quero que você me veja como sou:

O porto em que você ancorou.

O navio em que você embarcou.

O mar em que você se encontrou.

O peito em que você apostou.

O sorriso com o qual você acordou.

A companhia na qual você decolou...

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 01/06/2010
Reeditado em 01/06/2010
Código do texto: T2292535