SONETO - DO SORTILÉGIO DO AMOR E DE OUTRAS PROVIDÊNCIAS



Ausculto meu coração, e nele há vazão, se pensas: sentimento!
Contradigo teu pensar, é vazão do sangue que transporta,
Pela carótida e pela aorta as noticias do lenimento
Que no inspirar do ar, transpus pela porta,

Nas vísceras, não há argumento, raciocínio ou nota;
Se há memória, é licito que eu diga: No regimento
Da vida a natureza tem seus meios; e na exorta
Dos homens a dignidade que se lhe impõe a guisa de proveito

Crê-se que no coração esta o sortilégio do amor e a cota
Do desamor, afirmo sem temor, no coração não há pleito
De dores fúlgidas, ou dores tímidas. Derrota?

Quiçá tenha eu perdido, algum sentimento
E este amargor metafórico, te sirva de anedota
E tu me julgues pela capa, e ao termino diga sem proveito!

Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 31/05/2010
Código do texto: T2292171
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