Reflexões                      
de uma poesia de 2005

Algo no fundo de minha mente explodiu
Acordo zonzo, cansado, noite mal dormida
Mas o sol, timidamente, na manhã, surgiu
Prenúncio de dia ameno, azul, nova vida.
 
Caminho até a varanda iluminada
Perfume das flores me enternece
Penso se a vida vale muito ou nada?
Vejo chegada a hora d’uma prece.
 
Pelo que senti, vi e muito amei
Ajoelho, com fé e dito uma oração
Por mim, por você, e mais nem sei
Por todos, do fundo do coração.
 
Rezo: a vida é uma trilha tortuosa
Que premia às vezes os insolentes
Atirando pobres humildes ao largo
Destinando-os à Via crucis dolorosa
 
Muitas vezes, sim, choro em vão
Pois que não há almas perdidas
Bastando-lhes só uma mera paixão
A resgatar-lhes de vez suas vidas.
 
Nesta angustia cotidiana vou vivendo
Com a esperança frágil, quase perdida
Mas é isso viver? Só?  sofrendo???
Meu amor onde estará e nossa vida?
 
Ah! Mas o amanhecer amanheceu lindo
E lembrei-me de você morena querida
Para que todo o amargor vá sumindo
Viver a vida, ah! Somente viver a vida
 
 
Das sombras em que vivia, ressurgi
Larguei meus cacos todos à distância
Nova postura, novos desafios assumi
Em memória à juventude e à infância
 
Então ri, me acalmei chorando de alegria
Consegui distinguir a beleza das flores
Deixei as dores e os lamentos de agonia
Pra sonhar outra vez com novos amores.
 
Sabedor que a vida é um jogo sujo... sujo
Mas que, entretanto, vale a pena ser vivida
Menosprezando essa gentalha e quase tudo
Restando-me só você e eu minha querida.
 
Iremos à busca do arco-íris e de novos sonhos
Entre rios, montanhas e campos coloridos
Cantando felizes, ao vento, só nós, risonhos 
Deixando no passado terríveis dias sofridos.
 
Só nós...........