Sede
Sacia a sede insana
de morder a luz que te envolve,
de sorver luar em plenilúnio duplo
no teu colo casto,
e em afã devasso te tomar nas mãos...
Excita a sede impura
com o sal da língua
e seda esta sede antiga
com o mel da flor.
Cede tua sede toda
que eu te bebo a beijos
e sorvo a primavera exposta
no teu ventre em festa.
Sacia toda sede aflita
que se dá repleta
na sede de romper a seda
que reveste o gozo
e deixa que me farte louco
nesses lábios doces
e sinta deslizar teu gosto
pelo céu da boca.