Poeta...
Nasci...
Foi meu vagido que despertou a madrugada,
surgindo da plenitude do nada
rebento único das entranhas da noite mulher...
Sou a dor que impera nas nuances do tempo
amor que despertou num contratempo
incompreensível e incontrolável...
Pólen de uma flor de malmequer
sou tua tristeza e a alegria
mistério puro, indecifrável
filho da noite, cavaleiro do dia
sou fantasma negro que espanta
sou raio de sol que te ilumina...
Eu te escolhi, anjo menina
e fui tua imagem sacrossanta
o filho eleito de Prometeu e Medusa
híbrido de amor e de maldade.
Eu fui mentira e sou verdade,
pergunta de resposta incompleta
fui a dor de mãe bendita,
sou veneno de dor maldita...
Eu me vou quando demoro
vou sorrindo enquanto choro
Eu sou poeta...