Hipotética solução de um momento

Olha o tempo,

Meus problemas já não podem,

Não querem soluções sem teus olhos,

Sem a luz límpida da razão.

Aqui fica o paradoxo,

A paranóia de ser ou não ser.

Onde se cruzam as estradas,

A linha do equador,

Onde o arco-íris mergulha,

No ponto que fazes na ausência que feri,

Na vinda que castiga,

No encontro que machuca.

Olha o tempo,

Quer ser amigo,

Fiel ao patrimônio,

Integrante supremo da vida,

Que faz encontros, desencontros,

Respirando amor, expirando saudade.

Olha flutuante causa,

Que anseia enquanto participa,

Que grita, enquanto sorrio,

Delineando na boca quase que,

Uma lágrima bordada,

Que sempre fica paralisada

Quieta no canto da boca,

Na mesma que um dia proferiu

Amor ensaiou beijos,

Fazendo-se logo, logo beijada.

Olhe o tempo, já vai, extingue-se,

Enquanto nós, nós já fomos.