Infortunio

Não quero mais seu nome,

Seu rosto em minhas noites,

Flutuante neste palco vazio.

Hei de desejar curtir a fome,

A sede do desejo,

Mas, nunca o compasso da doação,

Oferenda privada, restrita,

Quase que nunca descrita,

Lançada em algum folheto,

Que tentou relatar amor,

Emudecendo a poesia.

Não quero, hei de conseguir,

Rebuscar em cada retalho,

Pedaços pequenos de palavras,

Formar algo, alguma coisa,

Que desapercebidamente siga,

Toque outros trechos que não,

Aqueles todos que refletiam a saudade.

Hoje o clarão do novo mundo,

Brilha, ilumina novas idéias,

Pensamentos torpes talvez,

Mas são estes companheiros,

Os amigos que ficaram.

Hei de concluir a vida,

Este pedaço faminto,

Sedento de sofrer, de amargar,

De fazer desabrochar do todo,

Todo o lutulento caminho a percorrer.

É meu encontro com o realismo,

Com a nítida reflexão,

De ser o que sou,

Esquecendo que ontem foi mais uma pedra,

Apenas, mais uma que rolou.