Letras Soltas!
Quero soltar o teu fulgor
dentro de um baú
a que chamo desejo.
No teu peito
sei que resido na vontade
de sobrevoar o meu corpo
em ânsias de azul.
Sou o teu dia e a tua noite.
Sou.
Apenas sou.
Um voo. Um sorriso.
E as pernas abertas do tempo,
à espera que tu,
momento fugaz,
atravesse o portal
e me sussurre que o ontem
se entrelaça com o amanhã
em bebedeiras de vento.
Ser, ter, querer.
Eu o baú do tempo.
Tu o tesouro do destino.
Sinto-te na foda literária
que trocamos
como se fôssemos
apenas letras soltas
que se desfazem sopradas
nos sussurros mordidos
nas peles suadas de paixão.
Queres-me como te quero.
Desejo-te desfalecido
nas entranhas do beijo.
Do nosso beijo.