Não aos sonhos
Talvez ela saiba.
Que ao longe alguém ainda não dorme, escuta um antigo relógio cantar meia noite e sussurra palavras para nunca serem ouvidas.
Ah, se esse nunca fosse sincero como seu amor.
Pobre homem que sussurra e lamenta sem estar ferido.
Pois de seus desesperos amorosos e confissões em paredes vazias
Sente medo de, numa noite qualquer, não sentir o coração aflito a remexer a alma.
Mas tanta sua aflição que nunca falha: retorna antes que ele possa entrar naquele mundo de sonhos que teme em sonhar.
Espera que o dia amanheça e que sua voz abra a porta onde guarda seu amor.
Ele a espera.
Tanto espero,
Tal como,
Sem saber ainda do dia te darei uma flor, mesmo que seja tarde,
Mesmo sem coragem.
E se amado de volta,
Pobre homem.
Nunca mais precisarei de sonhos.
Estarei a teu lado.