Na duplicidade dos sentidos…

Amo-te

Quero-te

Mas ao mesmo tempo

A ideia perturba-me

O pensamento

De ficar contigo

Ouço ao longe o som de um trovão

Que não sei se é o meu

Ou o teu coração

Não sei se o hei-de temer

Ou de o achar uma bênção

E adormeço quase todas as noites

A pensar no destino dos mundos

A pensar em ti

Ignorando se irei sonhar

Ou ter pesadelos

Simplesmente porque a minha cabeça duplicata

Funciona assim

Desta forma ficcional

Desta forma bem real

Desta forma coesa e concreta

Desta forma inexacta

Com que funciona

O meu racio de poeta

Sem saber como acordo

Se a sorrir

Se mergulhado nas trevas

O que me vale

É que na minha cabeça complexa

Arranjo sempre forma

De ter um final feliz

Simplesmente porque sou eu que mando em mim

E não quero sombras

Quero sóis para proliferar

Sendo por isso

Que com o céu azul

Contra tudo e quase todos

Teimo em sonhar

E esse sonho concretizar

Sendo que a tristeza é um mar

No qual nunca me irei afogar

Irei sempre evitar esse perigo

Longe perto

Na duplicidade dos sentidos…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 28/05/2010
Código do texto: T2285051
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