AQUELE AMOR AINDA ME AMA
Você bem pode propalar o que interessa ao seu juízo
Tentar vender aquele típico sorriso de quem disfarça
Pode afirmar que acha graça da própria vaidade em prejuízo
Pode enganar o desaviso que encena em plena praça!
Você pode fingir que não reencontra minhas marcas no seu corpo
E boicotar o gosto de meus lábios que ainda anda pelos seus
Pode abraçar um cínico adeus a um leviano esforço
Pode até mesmo maquiar o rosto, porém jamais os rastros meus!
Pelas noitadas dessa vida, talvez se afogue de ilusões
Quem sabe açoite as sensações de uma lembrança imortal
Talvez semeie um novo vendaval e ainda colha as nossas erupções
Você pode iludir milhares de corações, porém no seu serei igual!
De alguma forma o seu delírio vai vencer a indiferença
Quando emergir a referência de tudo que o farol ainda aponta
Perceberá que não está pronta para me apartar de sua essência
E retrocederá à mesma crença: que a sua fome ainda me remonta!
Você quer se enganar a ponto de casar a gula com o jejum
Mas eu não fui mais um e estou eternizado no legado que ficou
A gente muito mais que se tocou e não viveu um festival comum
Não vou partir em tempo algum – você me ama do mesmo modo que me amou!
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