SUA PELE II
Delineando a sua pele
Como cortesia da alma
Mordiscando seus lábios
Com veneração de deuses
Obtendo de ti ternura
Deixando-me embalado.
O roçar dar línguas ao céu
É o contentar sem conter
Do abraço afagado
Sobre todo o corpanzil
As mãos vagueiam
Num ritmo sutil.
Quando caem as vestimentas
Descobre o corpo feminil
Pele alva sem ranhuras
Acessórios pertinentes
Dão maior sensualidade
A esta tal divindade.
Sem balbuciar ainda se delineia
Corpete cor da alma
Tangidos por suas deixas
Alças de mesmo tecido
Abotoadura de languidos botões
Onde se rompem ao toque meu.
Por andamentos se olhamos
Contemplamos os olhos
Os pensares vagueia
Enquanto as mãos se tocam
O beijo é cálido
A pele se arrepia.
Todo o corpo contorce
Nesta levedura de tocares
O cheiro impregna
Nossos corpos e mente
Então cabe
Tocar-te profundamente.
Toco-te com meus dedos
Ao seu intimo
Sentindo-te
No mais audaz prazer
O corpo então estremece
Delineando os contorceis.
No recôncavo de quatro paredes
Embaixo de lençóis
No inicio da madrugada
Despojamos deste amor
Puro sem malicia
Sem pudor ou constrangimento.
Assim passamos os momentos
Não existem outros melhores
Do que estes prazeres
Ouvi um dia numa palestra
“na cama, termina os dissabores”
Do fadigo dia tido.
Quando se finaliza o ato
Somos dois
Num só
Os corpos arriam
A sensação de bonança
A água que se leva!
Mas o seu perfume
Neste espaço
Nesta pele
Mesmo após
Enxuto
A água não leva.
Heronildo Vicente
Ilha Solteira, 28 de maio de 2010