TATUAGEM
Um dia escreverei meus poemas
Em rolo de pergaminho
Com a pena da Fênix
Que encontrei em seu ninho
Será um poema de fogo
Com labaredas de carinho
Sopradas pelos ventos de D. Quixote
Que também rodam o moinho
Os versos se acenderão
Nas emoções em torvelinho
Tal como chama em lamparina
Agitada pela brisa do caminho
Escreverei o poema mais antigo
Da época em que a água transformou-se em vinho
Obra resistente às variações de clima
Será minha sina esculpida em madeira de pinho
Os versos serão como sementes
Do eterno amor que agora adivinho
Dentro da ânfora, o líquido sagrado
Derramar-se-á em lençóis de linho