Luzeiros
Meu coração bate asas sem poder sair do chão
Corre pra lá e pra cá como um Ícaro sem cera
Um Condor sem Cordilheira
Avestruz refém do chão
E um azul devendo ao céu...
Meu coração é o léu que invade a pizzaria
Mordendo aquela fatia entre Netuno e Plutão
E só pra matar os teus nãos, rouba dois anéis apenas
E duas pedras pequenas da joalheria de Saturno
Para te entregar no turno quarto da Lua
Que vai passar na tua rua pra te contar que nasci
Só para morrer por ti e pra te esperar lá em Vênus
Onde o “Rei dos Venenos”, o Amor nos vai alçar
Para a gente esvoaçar por dois milênios, não menos
Como dois sóis bem pequenos, que se bastam pra alumiar
Constelação de um só par, de estrelas a se Amar.