Litúrgicas Metáforas
Quando cai a noite
Solto-me aos ventos dentre as capitanias
Tentado mesclar todos os tons
Desta poesia feita de melancolia,
Canduras afins, canteiros do Éden!
Na lã fina e trançada pelo tempo
Aqueço as mãos encontrando um céu
De miçangas, mas sem o luar introspectivo
Por vezes narrador inconfesso da lágrima,
Súplica em versos, liturgia em fragrâncias!
Aberto aos olhos do sentimento
Mergulho num mar de metáforas que seduzem
Carregando na essência um gameta cristalino
Viajante do que não esta escrito em cordéis,
Alma transparente, corpo de pétala!
Admirando o deslumbre das ondas
Deixo-me sentir pelos pés na areia
Colhendo ali uma voz instigante ao colar
Tatuado no âmago da Deusa Íris,
Seio mulher, capataz do amor!
Auber Fioravante Júnior
22/05/2010
Porto Alegre - RS