TATUAGEM

Um dia escreverei meus poemas

Em rolo de pergaminho

Com a pena da Fênix

Que encontrei em seu ninho

Será um poema de fogo

Com labaredas de carinho

Sopradas pelos ventos de D. Quixote

Que também rodam o moinho

Os versos se acenderão

Nas emoções em torvelinho

Tal como chama em lamparina

Agitada pela brisa do caminho

Escreverei o poema mais antigo

Da época em que a água transformou-se em vinho

Obra resistente às variações de clima

Será minha sina esculpida em madeira de pinho

Os versos serão como sementes

Do eterno amor que agora adivinho

Dentro da ânfora, o líquido sagrado

Derramar-se-á em lençóis de linho

Janete do Carmo
Enviado por Janete do Carmo em 27/05/2010
Código do texto: T2282239