Apologia do espaço sem amor
Com a polidez da vida
me torce neste dia
exclamando o amor roxo
pela doçura de tua boca
envergonhada minha face
pela falta de espaço
porque giro, qual compasso
sem graça
e como é bom ver o que faço
embora me embaraço, vejo o que faço
nesta vida sem graça
me torno, qual traça
ao tempo que passa
papéis em minha frente, extinção poluente
mais tudo por um abraço
vale a pena o que faço,
dum papel branco, uma colorida imaginação
Curto meu gênio feroz
das lágrimas antes derramadas
Paredes em socos, eu sofrido
meus punhos adormecidos, ingrato,
abro espaço, ergo a um abraço
grito com grande brado
por teu corpo ungido, da beleza universal
Que nosso amor, no meio do espaço
Que cria nas entrelinhas, candura
E sem loucura